Kiko, eu, Victor, Fabinho, Rafinha e Gabi.
Depois de duas semanas, voltar
como se nada tivesse acontecido (de certa forma, nada aconteceu, ao menos nesse
blog, nas últimas duas semanas). E eu apareço assim, sem dar explicação,
querendo sua atenção como se o nada que aconteceu fosse tudo que tivesse que
acontecer.
A verdade (nessas horas ela é
sempre a melhor explicação) é que, há uma semana, não sabia o que escrever. O
tempo passou, quando notei era sábado. Então bateu preguiça e resolvi esperar
até hoje, duas quartas-feiras depois da última crônica. Como ninguém ligou,
mandou e-mail, chorou ou cometeu suicídio, acredito que o mundo passou incólume
à minha desídia.
Novamente, diante da tela (preciso
contar a verdade), não veio nada, a não ser pensar que voltei duas semanas
depois, como se nada tivesse acontecido (de certa forma, nada aconteceu, ao
menos nesse blog, nas últimas duas semanas).
Fiquei olhando a tela branca, que
de tão parada dava a impressão de se movimentar, primeiro como se tivesse
entrado em um túnel claríssimo, depois como se tivesse mergulhado solto no ar e
a tela fosse um chão aceso que nunca chegava. Viajando até aparecer um rosto.
Indecifrável, no início, mas que logo tomou uma forma conhecida. Tornou-se, por
fim, o rosto de um amigo, um grande amigo, e eu compreendi o motivo.
Luiz é um desses caras com quem
eu gostaria de encontrar todos os dias, gostaria que morasse no apartamento do
lado, gostaria de levar nossos filhos juntos ao futebol. É um sujeito que me
conhece tão bem e há tanto tempo (primeiros registros apontam o ano de 1983)
que nossas vidas terminaram se tornando uma coisa meio misturada.
Nossas mulheres se adoram, sou padrinho
do seu filho, e de casamento. Sua esposa é minha madrinha de casamento. Sua
família me acolhe como um filho paralelo, a minha responde da mesma forma. Somos,
enfim, o que as pessoas costumam rotular de melhores amigos.
Assim, nos vemos com a frequência
de, uma, talvez duas vezes... ao ano.
Ele não mora do outro lado do mundo,
nem eu sou um sujeito assim tão ocupado. É que acabamos caminhando, embora
paralelamente, em vias separadas.
Por que lembrei disso? Porque
sempre que nos encontramos é como se tivéssemos nos encontrado
ontem, talvez uma semana antes, mesmo tendo se passado um ano. Não há chateação. Ninguém
fica magoado se o outro se esquece de ligar no aniversário (isso nunca
acontece, é verdade), ao contrário, estarmos juntos é sempre motivo de festa.
Quando nos despedimos, não existe
preocupação, ou tristeza, mesmo sabendo que em um ano, ou seis meses, muita
coisa pode acontecer. Tenho sempre a impressão de que o Luiz mora a quatro
casas da minha, como na infância, e eu posso tocar a campainha à hora que
quiser, pelo motivo que for, nem que seja para jogar conversa fora, mas
principalmente para construir uma história real, que isso são
os amigos: histórias reais.
Eu sinto saudade e sei que ele
também sente, nem por isso cobramos do outro mais do que damos ou recebemos, nem por isso estamos sempre disponíveis, afagando o ego ou realizando as vontades do outro, isso é história
real e a nossa é incrível.
E quando nos encontrarmos novamente, sabe-se lá em que circunstância, nos
olharemos do mesmo jeito que fazíamos quando íamos jogar bola no campinho (os
dois, goleiros), como se nada tivesse acontecido, apesar de tudo o que
aconteceu.
Seu texto me fez sentir saudades dos meus amigos. Como na sua foto, somos seis. Vou encontrá-los no próximo sábado, depois do fim do mundo, dia reservado pelas esposas para o nosso Natal.
ResponderExcluirAbraço, Rodolpho
Lindo Fernando! Deu saudades daquela época!
ResponderExcluirPatrícia.